Kapitel 1 Kapitel 2 Kapitel 3 Kapitel 4 Kapitel 5 Kapitel 6 Kapitel 7 Kapitel 8 Kapitel 9 Kapitel 10 Kapitel 11 Kapitel 12
Kapitel 13 Kapitel 14 Kapitel 15 Kapitel 16 Kapitel 17 Kapitel 18 Kapitel 19 Kapitel 20 Kapitel 21 Kapitel 22 Kapitel 23 home



Ao mesmo tempo, João Romão, em chinelas e camisola, passeava de um para outro lado no seu quarto novo. Um aposento largo e forrado de azul e branco com florinhas amarelas fingindo ouro; havia um tapete aos pés da cama, e sobre a peniqueira um despertador de níquel, e a mobília toda era já de casados, porque o esperto não estava para comprar móveis duas vezes. Parecia muito preocupado; pensava em Bertoleza que, a essas horas, dormia lá embaixo num vão de escada, aos fundos do armazém, perto da comua. Mas que diabo havia ele de fazer afinal daquela peste? E coçava a cabeça, impaciente por descobrir um meio de ver-se livre dela. É que nessa noite o Miranda lhe falara abertamente sobre o que ouvira de Botelho, e estava tudo decidido: Zulmira aceitava-o para marido e Dona Estela ia marcar o dia do casamento.
Al mismo tiempo, João Romão, en pantuflas y camisón, paseaba de un lado a otro de su nueva habitación. Un salón amplio, forrado de azul y blanco con florecillas amarillas que fingen ser doradas; había una alfombra a los pies de la cama, y ​​un despertador de níquel en el baúl, y todos los muebles ya estaban casados, porque el tipo inteligente no estaba dispuesto a comprar muebles dos veces. Parecía muy preocupado; Pensé en Bertoleza que, a esa hora, dormía abajo en una escalera, al fondo de la tienda, cerca del coma. Pero, ¿qué diablos iba a hacer con esa plaga después de todo? Y se rascó la cabeza, impaciente por encontrar la manera de deshacerse de ella. Esa noche Miranda le había hablado abiertamente de lo que había oído de Botelho, y todo estaba decidido: Zulmira lo aceptaría como marido y doña Estela fijaría el día de la boda.

O diabo era a Bertoleza!... E o vendeiro ia e vinha no quarto, sem achar uma boa solução para o problema. Ora, que raio de dificuldade armara ele próprio para se coser!... Como poderia agora mandá-la passear assim, de um momento para outro, se o demônio da crioula o acompanhava já havia tanto tempo e toda a gente na estalagem sabia disso?
O diabo era a Bertoleza!... E o vendeiro ia e vinha no quarto, sem achar uma boa solução para o problema. Ora, que raio de dificuldade armara ele próprio para se coser!... Como poderia agora mandá-la passear assim, de um momento para outro, se o demônio da crioula o acompanhava já havia tanto tempo e toda a gente na estalagem sabia disso?

E sentia-se revoltado e impotente defronte daquele tranqüilo obstáculo que lá estava embaixo, a dormir, fazendo-lhe em silêncio um mal horrível, perturbando-lhe estupidamente o curso da sua felicidade, retardando-lhe, talvez sem consciência, a chegada desse belo futuro conquistado à força de tamanhas privações e sacrifícios! Que ferro!
Y se sintió asqueado e impotente ante ese pacífico obstáculo que estaba allá abajo, durmiendo, silenciosamente haciéndole un daño horrible, perturbando estúpidamente el curso de su felicidad, retrasando, tal vez sin saberlo, la llegada de esa cosa hermosa. ¡un futuro conquistado a fuerza de tantas penalidades y sacrificios! ¡Qué hierro!

Mas, só com lembrar-se da sua união com aquela brasileirinha fina e aristocrática, um largo quadro de vitórias rasgava-se defronte da desensofrida avidez da sua vaidade. Em primeiro lagar fazia-se membro de uma família tradicionalmente orgulhosa, como era, dito por todos, a de Dona Estela; em segundo lagar aumentava consideravelmente os seus bens com o dote da noiva, que era rica e, em terceiro, afinal, caber-lhe-ia mais tarde tudo o que o Miranda possuía, realizando-se deste modo um velho sonho que o vendeiro afagava desde o nascimento da sua rivalidade com o vizinho.
Mas, só com lembrar-se da sua união com aquela brasileirinha fina e aristocrática, um largo quadro de vitórias rasgava-se defronte da desensofrida avidez da sua vaidade. Em primeiro lagar fazia-se membro de uma família tradicionalmente orgulhosa, como era, dito por todos, a de Dona Estela; em segundo lagar aumentava consideravelmente os seus bens com o dote da noiva, que era rica e, em terceiro, afinal, caber-lhe-ia mais tarde tudo o que o Miranda possuía, realizando-se deste modo um velho sonho que o vendeiro afagava desde o nascimento da sua rivalidade com o vizinho.

E via-se já na brilhante posição que o esperava: uma vez de dentro, associava-se logo com o sogro e iria pouco a pouco, como quem não quer a coisa, o empurrando para o lado, até empolgar-lhe o lagar e fazer de si um verdadeiro chefe da colônia portuguesa no Brasil; depois, quando o barco estivesse navegando ao largo a todo o pano — tome lá alguns pares de contos de réis e passe-me para cá o titulo de Visconde! Sim, sim, Visconde! Por que não? e mais tarde, com certeza, Conde! Eram favas contadas!
E via-se já na brilhante posição que o esperava: uma vez de dentro, associava-se logo com o sogro e iria pouco a pouco, como quem não quer a coisa, o empurrando para o lado, até empolgar-lhe o lagar e fazer de si um verdadeiro chefe da colônia portuguesa no Brasil; depois, quando o barco estivesse navegando ao largo a todo o pano — tome lá alguns pares de contos de réis e passe-me para cá o titulo de Visconde! Sim, sim, Visconde! Por que não? e mais tarde, com certeza, Conde! Eram favas contadas!

Ah! ele, posto nunca o dissera a ninguém, sustentava de si para si nos últimos anos o firme propósito de fazer-se um titular mais graduado que o Miranda. E, só depois de ter o titulo nas unhas, é que iria à Europa, de passeio, sustentando grandeza, metendo invejas, cercado de adulações, liberal, pródigo, brasileiro, atordoando o mundo velho com o seu ouro novo americano! E a Bertoleza? gritava-lhe do interior uma voz impertinente. — É exato! E a Bertoleza?... repetia o infeliz, sem interromper o seu vaivém ao comprido da alcova.
Ah! ele, posto nunca o dissera a ninguém, sustentava de si para si nos últimos anos o firme propósito de fazer-se um titular mais graduado que o Miranda. E, só depois de ter o titulo nas unhas, é que iria à Europa, de passeio, sustentando grandeza, metendo invejas, cercado de adulações, liberal, pródigo, brasileiro, atordoando o mundo velho com o seu ouro novo americano! E a Bertoleza? gritava-lhe do interior uma voz impertinente. — É exato! E a Bertoleza?... repetia o infeliz, sem interromper o seu vaivém ao comprido da alcova.

Diabo! E não poder arredar logo da vida aquele ponto negro; apagá-lo rapidamente, como quem tira da pele uma nódoa de lama! Que raiva ter de reunir aos vôos mais fulgurosos da sua ambição a idéia mesquinha e ridícula daquela inconfessável concubinagem! E não podia deixar de pensar no demônio da negra, porque a maldita ali estava perto, a rondá-lo ameaçadora e sombria; ali estava como o documento vivo das suas misérias, já passadas mas ainda palpitantes. Bertoleza devia ser esmagada, devia ser suprimida, porque era tudo que havia de mau na vida dele! Seria um crime conservá-la a seu lado!
Diabo! E não poder arredar logo da vida aquele ponto negro; apagá-lo rapidamente, como quem tira da pele uma nódoa de lama! Que raiva ter de reunir aos vôos mais fulgurosos da sua ambição a idéia mesquinha e ridícula daquela inconfessável concubinagem! E não podia deixar de pensar no demônio da negra, porque a maldita ali estava perto, a rondá-lo ameaçadora e sombria; ali estava como o documento vivo das suas misérias, já passadas mas ainda palpitantes. Bertoleza devia ser esmagada, devia ser suprimida, porque era tudo que havia de mau na vida dele! Seria um crime conservá-la a seu lado!

Ela era o torpe balcão da primitiva bodega; era o aladroado vintenzinho de manteiga em papel pardo; era o peixe trazido da praia e vendido à noite ao lado do fogareiro à porta da taberna; era o frege imundo e a lista cantada das comezainas à portuguesa; era o sono roncado num colchão fétido, cheio de bichos; ela era a sua cúmplice e era todo seu mal— devia, pois, extinguir-se! Devia ceder o lagar à pálida mocinha de mãos delicadas e cabelos perfumados, que era o bem, porque era o que ria e alegrava, porque era a vida nova, o romance solfejado ao piano, as flores nas jarras, as sedas e as rendas, o chá servido em porcelanas caras; era enfim a doce existência dos ricos, dos felizes e dos fortes, dos que herdaram sem trabalho ou dos que, a puro esforço, conseguiram acumular dinheiro, rompendo e subindo por entre o rebanho dos escrupulosos ou dos fracos.
Era la torpe contadora de la primitiva bodega; era la cacareada manteca veinte en papel de estraza; era el pescado traído de la playa y vendido de noche junto al fogón en la puerta de la taberna; era la frege asquerosa y la lista cantada de platos portugueses; era un sueño de ronquidos sobre un colchón apestoso, lleno de bichos; ella era su cómplice y era toda su maldad, ¡por lo tanto, debe extinguirse! Tuve que entregar el lagar a la muchacha pálida de manos delicadas y cabello perfumado, que era buena, porque era la que reía y alegraba, porque era la nueva vida, el romance tocado al piano, las flores en los jarrones, la sedas y encajes, té servido en porcelana cara; era finalmente la dulce existencia de los ricos, de los felices y de los fuertes, de los que heredaban sin trabajo o de los que, a fuerza de esfuerzo, conseguían acumular dinero, abriéndose paso y encumbrándose entre la manada de los escrupulosos o los débiles.

E o vendeiro tinha defronte dos olhos o namorado sorriso da filha do Miranda, sentia ainda a leve pressão do braço melindroso que se apoiara ao seu, algumas horas antes, em passeio pela praia de Botafogo; respirava ainda os perfumes da menina, suaves, escolhidos e penetrantes como palavras de amor; nos seus dedos grossos, curtos, ásperos e vermelhos, conservava a impressão da tépida carícia daquela mãozinha enluvada que, dentro em pouco, nos prazeres garantidos do matrimônio, afagar-lhe-ia as carnes e os cabelos. Mas, e a Bertoleza?...
Y el posadero tenía frente a sus ojos la dulce sonrisa de la hija de Miranda, aún sentía la leve presión del sensible brazo que se había posado sobre el suyo, unas horas antes, en un paseo por la playa de Botafogo; aún aspiraba los perfumes de la muchacha, suaves, escogidos y penetrantes como palabras de amor; en sus dedos gruesos, cortos, ásperos y rojos, conservaba la impresión de la cálida caricia de aquella manita enguantada que, dentro de poco, en los placeres garantizados del matrimonio, acariciaría sus carnes y sus cabellos. Pero, ¿y Bertoleza?...

Sim! era preciso acabar com ela! despachá-la! sumi-la por uma vez! Deu meia-noite no relógio do armazém. João Romão tomou uma vela e desceu aos fundos da casa, onde Bertoleza dormia. Aproximou-se dela, pé ante pé, como um criminoso que leva uma idéia homicida. A crioula estava imóvel sobre o enxergão, deitada de lado, com a cara escondida no braço direito, que ela dobrara por debaixo da cabeça. Aparecia-lhe uma parte do corpo nua.
¡Sí! ¡Tenía que deshacerme de ella! enviarlo! ¡quítatelo de una vez! Daba la medianoche en el reloj del almacén. João Romão tomó una vela y bajó al fondo de la casa, donde dormía Bertoleza. Se acercó a ella de puntillas, como un criminal con una idea homicida. La criolla estaba inmóvil sobre el jergón, tendida de costado, con el rostro oculto en el brazo derecho, que tenía doblado bajo la cabeza. Se le apareció una parte del cuerpo desnudo.

João Romão contemplou-a por algum tempo, com asco. E era aquilo, aquela miserável preta que ali dormia indiferentemente, o grande estorvo da sua ventura!... Parecia impossível! — E se ela morresse?... Esta frase, que ele tivera, quando pensou pela primeira vez naquele obstáculo à sua felicidade, tornava-lhe agora ao espírito, porém já amadurecida e transformada nesta outra: — E se eu a matasse?
João Romão la miró un rato, con disgusto. ¡Y era eso, aquella negra miserable que allí dormía indiferente, el gran estorbo de su felicidad!... ¡Parecía imposible! —¿Y si ella muriera?... Esta frase, que había tenido cuando pensó por primera vez en ese obstáculo a su felicidad, ahora volvió a su mente, sin embargo ya madurada y transformada en esta otra: —Y si ¿La maté?

Mas logo um calafrio de pavor correu-lhe por todos os nervos. Além disso, como?... Sim, como poderia despachá-la, sem deixar sinais comprometedores do crime?... Envenenando-a?... Dariam logo pela coisa!... Matá-la a tiro?... Pior! Levá-la a um passeio fora da cidade, bem longe e, no melhor da festa, atirá-la ao mar ou por um despenhadeiro, onde a morte fosse infalível?... Mas como arranjar tudo isso, se eles nunca passeavam juntos?... Diabo!
Pero entonces un escalofrío de pavor recorrió todos sus nervios. Además, ¿cómo?... Sí, ¿cómo podía despedirla sin dejar rastros comprometedores del crimen?... ¿Envenenándola?... ¿Se darían cuenta enseguida!... ¿Matarla a balazos?. .. ¡Peor! Llévala a pasear fuera de la ciudad, lejos y, en el punto álgido de la fiesta, tírala al mar o por un acantilado, ¿dónde la muerte era infalible?... ¡Diablo!

E o desgraçado ficou a pensar, abstrato, de castiçal na mão, sem despregar os olhos de cima de Bertoleza, que continuava imóvel, com o rosto escondido no braço. — E se eu a esganasse aqui mesmo?... E deu, na ponta dos pés, alguns passos para frente, parando logo, sem deixar nunca de contemplá-la. Mas a crioula ergueu de improviso a cabeça e fitou-o com os olhos de quem não estava dormindo. — Ah! fez ele. — Que é, seu João? — Nada. Vim só ver-te... Cheguei ainda não há muito... Como vais tu? Passou-te a dor do lado?...
E o desgraçado ficou a pensar, abstrato, de castiçal na mão, sem despregar os olhos de cima de Bertoleza, que continuava imóvel, com o rosto escondido no braço. — E se eu a esganasse aqui mesmo?... E deu, na ponta dos pés, alguns passos para frente, parando logo, sem deixar nunca de contemplá-la. Mas a crioula ergueu de improviso a cabeça e fitou-o com os olhos de quem não estava dormindo. — Ah! fez ele. — Que é, seu João? — Nada. Vim só ver-te... Cheguei ainda não há muito... Como vais tu? Passou-te a dor do lado?...

Ela meneou os ombros, sem responder ao certo. Houve um silêncio entre os dois. João Romão não sabia o que dizer e saiu afinal, escoltado pelo imperturbável olhar da crioula, que o intimava mesmo pelas costas. — Teria desconfiado? pensou o miserável, subindo de novo para o quarto. Qual! Desconfiar de quê?... E meteu-se logo na cama, disposto a não pensar mais nisso e dormir incontinenti. Mas o seu pensamento continuou rebelde a parafusar sobre o mesmo assunto.
Ela meneou os ombros, sem responder ao certo. Houve um silêncio entre os dois. João Romão não sabia o que dizer e saiu afinal, escoltado pelo imperturbável olhar da crioula, que o intimava mesmo pelas costas. — Teria desconfiado? pensou o miserável, subindo de novo para o quarto. Qual! Desconfiar de quê?... E meteu-se logo na cama, disposto a não pensar mais nisso e dormir incontinenti. Mas o seu pensamento continuou rebelde a parafusar sobre o mesmo assunto.

— É preciso despachá-la! É preciso despachá-la quanto antes, seja lá como for! Ela, até agora, não deu ainda sinal de si; não abriu o bico a respeito da questão; mas, Dona Estela está a marcar o dia do casamento; não levará muito tempo para isso... o Miranda naturalmente comunica a noticia aos amigos... o fato corre de boca em boca... chega aos ouvidos da crioula e esta, vendo-se abandonada, estoura! estoura com certeza! E agora o verás! Como deve ser bonito, hein?... Ir tão bem até aqui e esbarrar na oposição da negra!... E os comentários depois!... O que não dirão os invejosos lá da praça?... "Ah, ah! ele tinha em casa uma amiga, uma preta imunda com quem vivia! Que tipo! Sempre há de mostrar que e gentinha de laia muito baixa!... E aqui a engazopar-nos com uns ares de capitalista que se trata à vela de libra!
— É preciso despachá-la! É preciso despachá-la quanto antes, seja lá como for! Ela, até agora, não deu ainda sinal de si; não abriu o bico a respeito da questão; mas, Dona Estela está a marcar o dia do casamento; não levará muito tempo para isso... o Miranda naturalmente comunica a noticia aos amigos... o fato corre de boca em boca... chega aos ouvidos da crioula e esta, vendo-se abandonada, estoura! estoura com certeza! E agora o verás! Como deve ser bonito, hein?... Ir tão bem até aqui e esbarrar na oposição da negra!... E os comentários depois!... O que não dirão os invejosos lá da praça?... "Ah, ah! ele tinha em casa uma amiga, uma preta imunda com quem vivia! Que tipo! Sempre há de mostrar que e gentinha de laia muito baixa!... E aqui a engazopar-nos com uns ares de capitalista que se trata à vela de libra!

Olha o carapicu pra que havia de dar. Sai sujo!" E, então, a família da menina, com medo de cair também na boca do mundo, volta atrás e dá o dito por não dito! Bem sei que ela está a par de tudo; isso, olé, se está! mas finge-se desentendida, porque conta, e com razão, que eu não serei tão parvo que espere o dia do casamento sem ter dado sumiço à negra! contam que a coisa correrá sem o menor escândalo! E eu, no entanto, tão besta que nada fiz! E a peste da crioula está ai senhora do terreiro como dantes, e não descubro meio de ver-me livre dela!... Ora já se viu como arranjei semelhante entalação?... Isto contado não se acredita! E pisava e repisava o caso, sem achar meio de dar-lhe saída! Diabo!
Mira el carapicu, por que te lo voy a dar. ¡Sale sucio!” Y entonces, la familia de la niña, temerosa de caer también en la boca del mundo, ¡retrocede y toma el dicho por no dicho! pero ella finge no entender, porque dice, y con razón, que no seré tan estúpido como para esperar el día de la boda sin haber despedido a la negra, ¡dicen que la cosa irá sin el menor escándalo! ¡Yo no hice nada! ¡Y la peste criolla está ahí, señora del terreiro como antes, y no encuentro la manera de quitarla!... ¿Has visto cómo conseguí semejante trampa? ¡Pisar y pisar el caso, sin encontrar una salida!

— Ela há muito que devia estar longe de mim... fiz mal em não cuidar logo disso antes de mais nada!... Fui um pedaço d’asno! Se eu a tivesse despachado logo, quando ainda se não falava no meu casamento, ninguém desconfiaria da história: "Por que diabo iria o pobre homem dar cabo de uma mulher, com quem vivia na melhor paz e que era até, dentro de casa, o seu braço direito?..." Mas agora, depois de todas aquelas reformas de vida; depois da separação das camas, e principalmente depois que corresse a noticia do casamento, não faltaria decerto quem o acusasse, se a negra aparecesse morta de repente! Diabo!
— Ela há muito que devia estar longe de mim... fiz mal em não cuidar logo disso antes de mais nada!... Fui um pedaço d’asno! Se eu a tivesse despachado logo, quando ainda se não falava no meu casamento, ninguém desconfiaria da história: "Por que diabo iria o pobre homem dar cabo de uma mulher, com quem vivia na melhor paz e que era até, dentro de casa, o seu braço direito?..." Mas agora, depois de todas aquelas reformas de vida; depois da separação das camas, e principalmente depois que corresse a noticia do casamento, não faltaria decerto quem o acusasse, se a negra aparecesse morta de repente! Diabo!

Deram quatro horas, e o desgraçado nada de pregar olho; continuava a matutar sobre o assunto, virando-se de um para outro lado da sua larga e rangedora cama de casados. Só pelo abrir da aurora, conseguiu passar pelo sono; mas, logo às sete da manhã, teve de pôr-se a pé: o cortiço estava todo alvoroçado com um desastre.
Es schlug vier Uhr und der Unglückliche hatte noch kein Auge zugetan. Er grübelte immer noch über die Angelegenheit nach, drehte sich von der einen auf die andere Seite seines großen und knarrenden Ehebettes. Erst in der Morgendämmerung gelang es ihm einzuschlafen, doch um sieben Uhr morgens, musste er aufstehen, die ganze Mietskaserne war aufgrund eines Unglückes in Aufruhr.

A Machona lavava à sua tina, ralhando e discutindo como sempre, quando dois trabalhadores, acompanhados de um ruidoso grupo de curiosos, trouxeram-lhe sobre uma tábua o cadáver ensangüentado do filho. Agostinho havia ido, segundo o costume, brincar à pedreira com outros dois rapazitos da estalagem; tinham, cabritando pelas arestas do precipício, subido a uma altura superior a duzentos metros do chão e, de repente, faltara-lhe o equilíbrio e o infeliz rolou de lá abaixo, partindo os ossos e atassalhando as carnes. Todo ele, coitadinho, era uma só massa vermelha; as canelas, quebradas no joelho, dobravam moles para debaixo das coxas; a cabeça, desarticulada, abrira no casco e despejava o pirão dos miolos; numa das mãos faltavam-lhe todos os dedos e no quadril esquerdo via-se-lhe sair uma ponta de osso ralado pela pedra. Foi um alarma no pátio quando ele chegou.
La Machona se estaba lavando en su tina, regañando y discutiendo como de costumbre, cuando dos trabajadores, acompañados de un ruidoso grupo de mirones, trajeron el cadáver ensangrentado de su hijo sobre una tabla. Agostinho había ido, según la costumbre, a jugar a la cantera con otros dos muchachos de la posada; tenían, trepando por los bordes del precipicio, treparon a una altura de más de doscientos metros del suelo y, de repente, perdió el equilibrio y el infortunado rodó desde allí, rompiéndose los huesos y aplastando la carne. Todo él, pobrecito, era una masa roja; las espinillas, rotas a la altura de la rodilla, dobladas sin fuerzas bajo los muslos; la cabeza, desarticulada, se había abierto sobre el casco y derramaba papilla de sus sesos; a una mano le faltaban todos los dedos, y en su cadera izquierda se podía ver una punta de hueso rallada por la piedra. Había una alarma en el patio cuando llegó.

Cruzes! que desgraça! Albino, que lavava ao lado da Machona, teve uma síncope; Nenen ficou que nem doida, porque ela queria muito àquele irmão; a das Dores imprecou contra os trabalhadores, que deixavam um filho alheio matar-se daquele modo em presença deles; a mãe, essa apenas soltou um bramido de monstro apunhalado no coração e caiu mesquinha junto do cadáver, a beijá-lo, vagindo como uma criança. Não parecia a mesma!
¡Cruces! ¡qué desgracia! Albino, que estaba lavando junto a la Machona, tuvo un derrame cerebral; Nenen estaba como loca, porque amaba tanto a ese hermano; das Dores maldijo a los trabajadores, que permitieron que el hijo de un extraño se suicidara de esa manera en su presencia; la madre, que solo soltó un rugido como un monstruo apuñalado en el corazón y cayó junto al cadáver, besándolo, gimiendo como un niño. ¡No se veía igual!

As mães dos outros dois rapazitos esperavam imóveis e lívidas pela volta dos filhos, e, mal estes chegaram à estalagem, cada uma se apoderou logo do seu e caiu-lhe em cima, a sová-los ambos que metia medo. — Mira-te naquele espelho, tentação do diabo! exclamava uma delas, com o pequeno seguro entre as pernas a encher-lhe a bunda de chineladas. Não era aquele que devia ir, eras tu, peste! aquele, coitado! ao menos ajudava a mãe, ganhava dois mil-réis por mês regando as plantas do Comendador, e tu, coisa-ruim, só serves para me dar consumições! Toma! Toma! Toma! E o chinelo cantava entre o berreiro feroz dos dois rapazes.
Las madres de los otros dos niños esperaban inmóviles y lívidas el regreso de sus hijos, y en cuanto llegaron a la posada, inmediatamente cada una agarró la suya y cayó encima de él, golpeándolos a ambos hasta el punto del miedo. — ¡Mírate en ese espejo, tentación del diablo! exclamó una de ellas, con el pequeño seguro entre las piernas llenándose el culo de pantuflas. ¡No era él quien se suponía que debía ir, eras tú, peste! eso, pobre! por lo menos ayudaba a su madre, ganaba dos milreis al mes regando las plantas del Comandante, y tu, mala, solo sirves para darme de comer! ¡Aquí! ¡Aquí! ¡Aquí! Y la zapatilla cantó entre los gritos feroces de los dos muchachos.

João Romão chegou ao terraço de sua casa, ainda em mangas de camisa, e de lá mesmo tomou conhecimento do que acontecera. Contra todos os seus hábitos impressionou-se com a morte de Agostinho; lamentou-a no intimo, tomado de estranhas condolências. Pobre pequeno! tão novo... tão esperto... e cuja vida não prejudicava a ninguém, morrer assim, desastradamente!... ao passo que aquele diabo velho da Bertoleza continuava agarrado à existência, envenenando-lhe a felicidade, sem se decidir a despachar o beco!
João Romão llegó a la terraza de su casa, todavía en mangas de camisa, y desde allí se enteró de lo sucedido. Contra todas sus costumbres, quedó conmocionado por la muerte de Agustín; lo lamentó en su corazón, lleno de extrañas condolencias. ¡pobrecito! tan joven... tan inteligente... y cuya vida no perjudicó a nadie, ¡para morir así, desastrosamente!... mientras aquel viejo diablo Bertoleza seguía aferrado a la existencia, envenenando su felicidad, sin decidirse a conseguir deshacerse de él el callejón!

E o demônio da crioula parecia mesmo não estar disposta a ir só com duas razões; apesar de triste e acabrunhada, mostrava-se forte e rija. Suas pernas curtas e lustrosas eram duas peças de ferro unidas pela culatra, das quais ela trazia um par de balas penduradas em saco contra o peito; as róseas lustrosas do seu cachaço lembravam grossos chouriços de sangue, e na sua carapinha compacta ainda não havia um fio branco. Aquilo, arre! tinha vida para o resto do século!
E o demônio da crioula parecia mesmo não estar disposta a ir só com duas razões; apesar de triste e acabrunhada, mostrava-se forte e rija. Suas pernas curtas e lustrosas eram duas peças de ferro unidas pela culatra, das quais ela trazia um par de balas penduradas em saco contra o peito; as róseas lustrosas do seu cachaço lembravam grossos chouriços de sangue, e na sua carapinha compacta ainda não havia um fio branco. Aquilo, arre! tinha vida para o resto do século!

— Mas deixa estar, que eu te despacho bonito e asseado!... disse o vendeiro de si para si, voltando ao quarto para acabar de vestir-se. Enfiava o colete quando bateram pancadas familiares na porta do corredor. —Então?! Ainda se está em val de lençóis?... Era a voz do Botelho. O vendeiro foi abrir e fê-lo entrar ali mesmo para a alcova. — Ponha-se a gosto. Como vai você? — Assim. Não tenho passado lá essas coisas...
— Mas deixa estar, que eu te despacho bonito e asseado!... disse o vendeiro de si para si, voltando ao quarto para acabar de vestir-se. Enfiava o colete quando bateram pancadas familiares na porta do corredor. —Então?! Ainda se está em val de lençóis?... Era a voz do Botelho. O vendeiro foi abrir e fê-lo entrar ali mesmo para a alcova. — Ponha-se a gosto. Como vai você? — Assim. Não tenho passado lá essas coisas...

João Romão deu-lhe noticia da morte do Agostinho e declarou que estava com dor de cabeça. Não sabia que diabo tinha ele aquela noite, que não houve meio de pegar direito no sono. — Calor... explicou o outro. E prosseguiu depois de uma pausa, acendendo um cigarro: pois eu vinha cá falar-lhe... Você não repare, mas... João Romão supôs que o parasita ia pedir-lhe dinheiro e preparou-se para a defesa, queixando-se inopinadamente de que os negócios não lhe corriam bem; mas calou-se, porque o Botelho acrescentou com o olhar fito nas unhas: — Não devia falar nisto... são coisas suas lá particulares, em que a gente não se mete, mas...
João Romão llegó a la terraza de su casa, todavía en mangas de camisa, y desde allí se enteró de lo sucedido. Contra todas sus costumbres, quedó conmocionado por la muerte de Agustín; lo lamentó en su corazón, lleno de extrañas condolencias. ¡pobrecito! tan joven... tan inteligente... y cuya vida no perjudicó a nadie, ¡para morir así, desastrosamente!... mientras aquel viejo diablo Bertoleza seguía aferrado a la existencia, envenenando su felicidad, sin decidirse a conseguir deshacerse de él el callejón!

O taberneiro compreendeu logo onde a visita queria chegar e aproximou-se dele, dizendo confidencialmente: — Não! Ao contrário! fale com franqueza... Nada de receios... — É que... sim, você sabe que eu tenho tratado do seu casamento com a Zulmirinha... Lá em casa não se fala agora noutra coisa... até a própria Dona Estela já está muito bem disposta a seu favor... mas... — Desembuche, homem de Deus! — É que há um pontinho que é preciso pôr a limpo... Coisa insignificante, mas... — Mas, mas! você não desembuchará por uma vez?... Fale, que diabo! Um caixeiro do armazém apareceu à porta, prevenindo de que o almoço estava na mesa.
El tabernero comprendió de inmediato a qué se refería el visitante y se acercó a él diciéndole confidencialmente: — ¡No! ¡Al contrario! habla con franqueza... No tengas miedo... —Es que... sí, sabes que he estado cuidando tu matrimonio con Zulmirinha... En casa no hablamos de otra cosa ahora... Doña Estela ya está muy bien dispuesta a vuestro favor... pero... —¡Aléjate, hombre de Dios! — Es que hay un puntito que hay que arreglar... Una cosa insignificante, pero... — ¡Pero, pero! ¿No lo derramarás de una vez?... ¡Habla, qué diablos! Un empleado del almacén apareció en la puerta, avisándoles que el almuerzo estaba en la mesa.

— Vamos comer, disse João Romão. Você já almoçou? — Ainda não, mas lá em casa contam comigo... O vendeiro mandou o seu empregado dizer lá defronte à família do Barão que seu Botelho não ia ao almoço. E, sem tomar o casaco, passou com a visita à sala de jantar. O cheiro ativo dos móveis, polidos ainda de fresco, dava ao aposento um caráter insociável de lagar desabitado e por alagar. Os trastes, tão nus como as paredes, entristeciam com a sua fria nitidez de coisa nova. — Mas vamos lá! Que temos então?... inquiriu o dono da casa, assentando-se à cabeceira da mesa, enquanto o outro, junto dele, tomava lugar à extremidade de um dos lados.
"Vamos a comer", dijo Joao Romão. ¿Usted ha almorzado? — Todavía no, pero cuentan conmigo en casa... El posadero mandó a su empleado a decir allí delante de la familia del Barón que Seu Botelho no iba a almorzar. Y, sin quitarse el abrigo, siguió con su visita al comedor. El olor activo de los muebles, todavía recién pulidos, le daba a la habitación el carácter insociable de un lagar deshabitado y sin inundar. Los trastes, tan desnudos como las paredes, entristecían con su fría y nueva claridad. - ¡Pero vamos! ¿Qué tenemos entonces?... inquirió el dueño de la casa, sentándose a la cabecera de la mesa, mientras el otro, junto a él, tomaba lugar al final de uno de los lados.

— É que, respondeu o velho em tom de mistério, você tem cá em sua companhia uma... uma crioula, que... Eu não creio, note-se, mas... — Adiante! — É! Dizem que ela é coisa sua... Lá em casa rosnou!... O Miranda defende-o, afirma que não... Ah! aquilo é uma grande alma! mas Dona Estela, você sabe o que são as mulheres!... torce o nariz e... Em uma palavra: receio que esta história nos traga qualquer embaraço!... Calou-se, porque acabava de entrar um portuguesinho, trazendo uma travessa de carne ensopada com batatas. João Romão não respondeu, mesmo depois que o pequeno saiu; ficou abstrato, a bater com a faca entre os dentes.
—Es que, respondió el anciano en tono misterioso, tienes aquí contigo un... un criollo, que... No lo creo, fíjate, pero... —¡Adelante! - ¡Y! Dicen que es lo tuyo... ¡En casa gruñó!... Miranda lo defiende, dice que no... ¡Ah! que es un alma grande! Pero doña Estela, ¡usted sabe lo que son las mujeres!... Levanta la nariz y... En una palabra: ¡Me temo que esta historia nos avergonzará!, un plato de estofado de carne con patatas. João Romão no respondió, incluso después de que el pequeño se fue; se abstrajo, golpeando el cuchillo entre sus dientes.

— Por que você a não manda embora?... arriscou o Botelho, despejando vinho no seu e no copo do companheiro. Ainda desta vez não obteve logo resposta; mas o outro tomando, afinal, uma resolução, declarou confidencialmente: — Vou dizer-lhe toda coisa como ela é... e talvez que você até me possa auxiliar!... Olhou para os lados, chegou mais a sua cadeira para junto da de Botelho e acrescentou em voz baixa: — Esta mulher meteu-se comigo, quando eu principiava minha vida... Então, confesso... precisava de alguém nos casos dela, que me ajudasse... e ajudou-me muito, não nego! Devo-lhe isso! não! ajudar-me ajudou! mas...
"¿Por qué no la despide?", aventuró Botelho, sirviendo vino en sus copas y las de su acompañante. Esta vez, sin embargo, no recibió una respuesta inmediata; pero el otro, finalmente decidiéndose, declaró confidencialmente: —Te lo diré todo tal como es... ¡y tal vez hasta puedas ayudarme!... Miró a su alrededor, acercó su silla a él. y agregó en voz baja: —Esta señora se involucró conmigo cuando yo estaba iniciando mi vida... Entonces, lo confieso... Necesitaba a alguien en sus casos, que me ayudara... y me ayudó mucho, ¡No lo niego! ¡Te debo eso! ¡No! ayúdame ayudó! pero...

— E depois? — Depois, ela foi ficando para ai; foi ficando... e agora... — Agora é um trambolho que lhe pode escangalhar a igrejinha! É o que é! — Sim, que dúvida! pode ser um obstáculo sério ao meu casamento! Mas, que diabo! eu também, você compreende, não a posso pôr na rua, assim, sem mais aquelas!... Seria ingratidão, não lhe parece?... — Ela já sabe em que pé está o negócio?... — Deve desconfiar de alguma coisa, que não é tola!... Eu, cá por mim, não lhe toquei em nada... — E você ainda faz vida com ela? — Qual! há muito tempo que nem sombras disso... — Pois, então, meu amigo, é arranjar-lhe uma quitanda em outro bairro; dar-lhe algum dinheiro e... Boa viagem! O dente que já não presta arranca-se fora!
- ¿Y después? — Después se quedó allí; se puso... y ahora... —¡Ya es un lío que puede estropear la iglesita! ¡És lo qué és! — ¡Sí, qué duda! podría ser un serio obstáculo para mi matrimonio! ¡Pero qué diablos! ¡A mí también, entiendes, no puedo echarla a la calle, así, sin más!... Sería una ingratitud, ¿no crees?... —Ya sabe ella cuál es la situación. es?... algo, ¡que no es tontería!... Yo, por mi parte, no la toqué para nada... —¿Y todavía te ganas la vida con ella? - ¡Cual! hace mucho que no hay ni una sombra de eso... — Pues bien, amigo, busca una pulpería en otro barrio; dale algo de dinero y... ¡Que tengas un buen viaje! ¡Se saca el diente que ya no funciona!

João Romão ia responder, mas Bertoleza assomou à entrada da sala. Vinha tão transformada e tão lívida que só com a sua presença intimidou profundamente os dois. A indignação tirava-lhe faíscas dos olhos e os lábios tremiam-lhe de raiva. Logo que falou veio-lhe espuma aos cantos da boca. — Você está muito enganado, seu João, se cuida que se casa e me atira a toa! exclamou ela. Sou negra, sim, mas tenho sentimentos! Quem me comeu a carne tem de roer-me os ossos! Então há de uma criatura ver entrar ano e sair ano, a puxar pelo corpo todo o santo dia que Deus manda ao mundo, desde pela manhãzinha até pelas tantas da noite, para ao depois ser jogada no meio da rua, como galinha podre?! Não! Não há de ser assim, seu João! — Mas, filha de Deus, quem te disse que eu quero atirar-te à toa?... perguntou o capitalista.
João Romão estuvo a punto de responder, pero Bertoleza apareció en la entrada de la sala. Estaba tan transformada y tan lívida que su sola presencia los intimidaba a ambos. La indignación brilló en sus ojos y sus labios temblaron de rabia. Tan pronto como habló, la espuma llegó a las comisuras de su boca. — ¡Estás muy equivocado, João, ten cuidado que te casas y me tiras por nada! Ella exclamo. ¡Soy negro, sí, pero tengo sentimientos! ¡El que comió mi carne debe roer mis huesos! Entonces, ¿hay una criatura para ver año tras año, tirando de su cuerpo todos los días que Dios envía al mundo, desde temprano en la mañana hasta tarde en la noche, para luego ser arrojado en medio de la calle, como un pollo podrido? ! ¡No! ¡No será así, João! — Pero, hija de Dios, ¿quién te dijo que te quiero tirar por nada?... preguntó el capitalista.

— Eu escutei o que você conversava, seu João! A mim não me cegam assim só! Você é fino, mas eu também sou! Você está armando casamento com a menina de seu Miranda! — Sim, estou. Um dia havia de cuidar de meu casamento!... Não hei de ficar solteiro toda a vida, que não nasci para podengo. Mas também não te sacudo na rua, como disseste; ao contrário agora mesmo tratava aqui com o seu Botelho de arranjar-te uma quitanda e... — Não! Com quitanda principiei; não hei de ser quitandeira até morrer! Preciso de um descanso! Para isso mourejei junto de você enquanto Deus Nosso Senhor me deu força e saúde! — Mas afinal que diabo queres tu?!
— ¡Escuché de lo que estabas hablando, João! ¡No me ciegan así! ¡Eres delgada, pero yo también! ¡Estás conspirando para casarte con la chica de Miranda! - Si estoy. ¡Algún día cuidaría mi matrimonio!... No me quedaré soltera toda la vida, porque no nací para ser Podenco. Pero tampoco te sacudo en la calle, como dijiste; al contrario, justo ahora él y Botelho estaban tratando de encontrarte una tienda de comestibles y... —¡No! Con verdulero empecé; ¡No seré verdulero hasta que me muera! ¡Necesito un descanso! ¡Para esto trabajé con ustedes mientras Dios Nuestro Señor me dio fuerza y ​​salud! - ¡¿Pero qué diablos quieres de todos modos?!

— Ora essa! Quero ficar a seu lado! Quero desfrutar o que nós dois ganhamos juntos! quero a minha parte no que fizemos com o nosso trabalho! quero o meu regalo, como você quer o seu! — Mas não vês que isso é um disparate?... Tu não te conheces?... Eu te estimo, filha; mas por ti farei o que for bem entendido e não loucuras! Descansa que nada te há de faltar!... Tinha graça, com efeito, que ficássemos vivendo juntos! Não sei como não me propões casamento!
- ¡Oh eso! ¡Quiero quedarme a tu lado! ¡Quiero disfrutar lo que los dos hemos ganado juntos! ¡Quiero mi parte de lo que hemos hecho con nuestro trabajo! ¡Quiero mi regalo como tú quieres el tuyo! — ¿Pero no ves que esto es una tontería?... ¿No te conoces a ti misma?... Te amo, hija; ¡pero por ti haré lo correcto y no loco! ¡Ten por seguro que no te faltará de nada!... ¡Fue gracioso, en efecto, que nos quedáramos viviendo juntos! ¡No sé cómo no me lo propones!

— Ah! agora não me enxergo! agora eu não presto para nada! Porém, quando você precisou de mim não lhe ficava mal servir-se de meu corpo e agüentar a sua casa com o meu trabalho! Então a negra servia pra um tudo; agora não presta pra mais nada, e atira-se com ela no monturo do cisco! Não! assim também Deus não manda! Pois se aos cães velhos não se enxotam, por que me hão de pôr fora desta casa, em que meti muito suor do meu rosto?... Quer casar, espere então que eu feche primeiro os olhos; não seja ingrato! João Romão perdeu por fim a paciência e retirou-se da sala, atirando à amante uma palavrada porca.
- ¡Oh! ¡ahora no puedo verme! ¡Ahora no sirvo para nada! Sin embargo, cuando me necesitaras, ¡no estaría de más usar mi cuerpo y mantener tu casa con mi trabajo! Entonces la negra valía para todo; ¡ahora no sirve para nada más, y lo tiras en el estercolero de polvo! ¡No! así también Dios no manda! Bueno, si no se ahuyenta a los perros viejos, ¿por qué me van a echar de esta casa, donde tengo mucho sudor en la cara?... Si quieres casarte, entonces espera a que cierre mi ojos primero; no seas malagradecido! Joao Romão finalmente perdió la paciencia y salió de la habitación, lanzando una mala palabra a su amante.

— Não vale a pena encanzinar-se... segredou-lhe o Botelho, acompanhando-o até a alcova, onde o vendeiro enterrou com toda a força o chapéu na cabeça e enfiou o paletó com a mão fechada em murro. — Arre! Não a posso aturar nem mais um instante! Que vá para o diabo que a carregue! em casa é que não me fica! — Calma, homem de Deus! Calma! — Se não quiser ir por bem, ira por mal! Sou eu quem o diz! E o vendeiro esfuziou pela escada, levando atrás de si o velhote, que mal podia acompanhá-lo na carreira. Já na esquina da rua parou e, fitando no outro o seu olhar flamejante, perguntou-lhe: — Você viu?!
—No vale la pena estar encantado... —le susurró Botelho, acompañándolo hasta la alcoba, donde el posadero enterró con todas sus fuerzas su sombrero en la cabeza y se remetió la chaqueta con la mano cerrada en un puño. "¡Arre!" ¡No puedo aguantarla ni un momento más! ¡Al diablo con eso! en casa no se queda para mi! "¡Cálmate, hombre de Dios!" ¡Calma! — ¡Si no quieres ir por el bien, ve por el mal! ¡Soy yo quien lo dice! Y el posadero se apresuró escaleras abajo, llevándose tras él al anciano, que apenas podía seguirle el paso en la carrera. En la esquina de la calle, se detuvo y, fijando sus ojos llameantes en el otro, preguntó: "¿Lo viste?"

— É... resmungou o parasita, de cabeça baixa, sem interromper os passos. E seguiram em silêncio, andando agora mais devagar; ambos preocupados. No fim de uma boa pausa, Botelho perguntou se Bertoleza era escrava quando João Romão tomou conta dela. Esta pergunta trouxe uma inspiração ao vendeiro. Ia pensando em metê-la como idiota no Hospício de Pedro 11, mas acudia-lhe agora coisa muito melhor: entregá-la ao seu senhor, restituí-la legalmente à escravidão. Não seria difícil... considerou ele; era só procurar o dono da escrava, dizer-lhe onde esta se achava refugiada e aquele ir logo buscá-la com a polícia. E respondeu ao Botelho:
- Sí... murmuró el parásito, con la cabeza gacha, sin interrumpir sus pasos. Y siguieron en silencio, caminando ahora más despacio; ambos preocupados. Al final de una larga pausa, Botelho preguntó si Bertoleza era esclava cuando João Romão la cuidaba. Esta pregunta inspiró al posadero. Estaba pensando en meterla por idiota en el Asilo de Pedro 11, pero ahora se le ocurrió algo mucho mejor: entregársela a su amo, devolverla legalmente a la esclavitud. No sería difícil… consideró; sólo había que buscar al dueño de la esclava, decirle dónde se refugiaba y él inmediatamente iría a buscarla con la policía. Y le respondió a Botelho:

— Era e é! — Ah! Ela é escrava? De quem? — De um tal Freitas de Melo. O primeiro nome não sei. Gente de fora. Em casa tenho as notas. — Ora! então a coisa é simples!... Mande-a p’ro dono! — E se ela não quiser ir?... — Como não?! A polícia a obrigará! É boa! — Ela há de querer comprar a liberdade... — Pois que a compre, se o dono consentir!... Você com isso nada mais tem que ver! E se ela voltar à sua procura, despache-a logo; se insistir, vá então à autoridade e queixe-se! Ah, meu caro, estas coisas, para serem bem feiras, fazem-se assim ou não se fazem! Olhe que aquele modo com que ela lhe falou há pouco é o bastante para você ver que semelhante estupor não lhe convém dentro de casa nem mais um instante! Digo-lhe até: já não só pelo fato do casamento, mas por tudo! Não seja mole!
—¡Era y es! - ¡Oh! ¿Es una esclava? ¿De quién? —De un tal Freitas de Melo. El primer nombre no lo sé. Forasteros. En casa tengo las notas. - ¡Ahora! asi que la cosa es sencilla!... Mandalo al dueño! — ¿Y si ella no quiere ir?... — ¡¿Por qué no?! ¡La policía te obligará! ¡Es buena! —Querrá comprar su libertad... —¡Pues que la compre, si el dueño lo consiente!... ¡No tienes nada más que ver en eso! Y si vuelve a buscaros, despedidla enseguida; si insistes, ¡entonces ve a la autoridad y denuncia! ¡Ay, querida, estas cosas, para ser justos, hay que hacerlas así o no hacerlas! ¡Mira, la forma en que te habló hace un momento es suficiente para que veas que tal estupor no te conviene dentro de un rato más! Incluso digo: ¡no sólo por el hecho del matrimonio, sino por todo! ¡No seas blando!

João Romão escutava, caminhando calado, sem mais vislumbres de agitação. Tinham chegado à praia. — Você quer encarregar-se disto? propôs ele ao companheiro, parando ambos à espera do bonde; se quiser pode tratar, que lhe darei uma gratificação menos má... — De quanto?... — Cem mil-réis! — Não! dobre! — Terás os duzentos! — Está dito! Eu cá, pra tudo que for pôr cobro a relaxamento de negro, estou sempre pronto! — Pois então logo mais à tarde lhe darei, ao certo, o nome do dono, o lugar em que ele residia quando ela veio para mim e o mais que encontrar a respeito. — E o resto fica a meu cuidado! Pode dá-la por despachada!
Joao Romão escuchaba, caminando en silencio, sin más rastros de agitación. Habían llegado a la playa. "¿Quieres encargarte de esto?" le propuso matrimonio a su acompañante, deteniéndose ambos a esperar el tranvía; Si quieres, puedes tratarlo y te doy un bono menos malo... —¿Cuánto?... —¡Cien milreis! - ¡No! ¡doblar! — ¡Tendrás los doscientos! - ¡Se dice! ¡Siempre estoy listo para cualquier cosa que ponga fin a la flojera de los negros! — Bueno, entonces esta tarde te daré el nombre exacto del dueño, el lugar donde vivía cuando ella vino a mí y cualquier otra cosa que pueda encontrar al respecto. "¡Y el resto depende de mí!" ¡Puedes enviarlo!






contacto declaración de privacidad pie de imprenta

[an error occurred while processing this directive]