18° capítulo

capítulo 1 capítulo 2 capítulo 3 capítulo 4 capítulo 5 capítulo 6 capítulo 7 capítulo 8 capítulo 9 capítulo 10 capítulo 11
capítulo 12 capítulo 13 capítulo 14 capítulo 15 capítulo 16 capítulo 17 capítulo 18 capítulo 19 capítulo 20 capítulo 21 capítulo 22








O leitor provavelmente não terá ficado menos atônito do que ficou Álvaro, com o imprevisto aparecimento de Leôncio no Recife, e indo bater certo na casa em que se achava refugiada a sua escrava. É preciso, portanto, explicar-lhe como isso aconteceu, para que não pense que foi por algum milagre.
Probablemente el lector no quedó menos asombrado que Álvaro ante la inesperada aparición de Leoncio en Recife, camino de la casa donde se escondía su esclava. Es necesario, pues, explicarle cómo sucedió esto, para que no piense que fue por algún milagro.

Leôncio, depois de ter escrito e entregado no correio as duas cartas que conhecemos, uma dirigida a Álvaro, outra a Martinho, nem por isso ficou mais tranqüilo. Devorava-lhe a alma uma inquietação mortal, um ciúme desesperador. A notícia de que Isaura se achava em poder de um belo e rico mancebo, que a amava loucamente, era para ele um suplício insuportável, um cancro, que lhe corroía as entranhas, e o fazia estrebuchar em ânsias de desespero, avivando-lhe cada vez mais a paixão furiosa que concebera por sua escrava. Achava-se ele na corte, para onde, logo que teve notícias de Isaura, se dirigia imediatamente, a fim de se achar em um centro, de onde pudesse tomar medidas prontas e enérgicas para a captura da mesma.
Leoncio, después de haber escrito y entregado las dos cartas que conocemos en la oficina de correos, una dirigida a Álvaro, la otra a Martinho, no se sintió más tranquilo. Una inquietud mortal, unos celos desesperados, devoraron su alma. La noticia de que Isaura estaba en poder de un joven apuesto y rico, que la amaba con locura, fue para él un tormento insoportable, un cáncer que lo carcomía por dentro y lo hacía retorcerse en ataques de desesperación, animando cada uno de sus alientos. la pasión furiosa que había concebido para su esclava. Estaba en la corte, donde, en cuanto tuviera noticias de Isaura, acudiría inmediatamente, para encontrarse en un centro, desde donde tomar medidas prontas y enérgicas para capturarla.

Tendo escrito e entregue as cartas na véspera da partida do vapor pela manhã, levou o resto do dia a cismar. A terrível ansiedade em que se achava não lhe permitia esperar a resposta e o resultado daquelas cartas, sendo muito mais morosas e espaçadas do que hoje as viagens dos paquetes naquela época, em que apenas se havia inaugurado a navegação a vapor pelas costas do Brasil. Demais, ocorria-lhe freqüentemente ao espírito o anexim popular — quem quer vai, quem não quer manda. — Não podia fiar-se na diligência e boa vontade de pessoas desconhecidas, que talvez não pudessem lutar vantajosamente contra a influência de Álvaro, o qual, segundo lho pintavam, era um potentado em sua terra. O ciúme e a vingança não gostam de confiar a olhos e mãos alheias a execução de seus desígnios.
Habiendo escrito y entregado las cartas la víspera de la partida del vapor por la mañana, pasó el resto del día cavilando. La terrible ansiedad en que se encontraba no le permitía esperar la respuesta y el resultado de aquellas cartas, siendo mucho más lentas y espaciadas que las travesías de los vapores en aquella época, cuando recién se inauguraba la navegación a vapor por el costas de Brasil. Es más, a menudo me venía a la mente el complemento popular: el que quiera ir, el que no quiera gobernar. — No podía confiar en la diligencia y buena voluntad de desconocidos, que no podrían luchar ventajosamente contra la influencia de Álvaro, que, según se le retrató, era potentado en su tierra. A los celos y la venganza no les gusta confiar la ejecución de sus planes a los ojos y manos de los demás.

— É indispensável que eu mesmo vá, — pensou Leôncio, e firme nesta resolução foi ter com o ministro da justiça, com quem cultivava relações de amizade, e pediu-lhe uma carta de recomendação, — o que eqüivale a uma ordem, — ao chefe de polícia de Pernambuco, para que o auxiliasse eficazmente para o descobrimento e captura de uma escrava. Já de antemão Leôncio também se havia munido de uma precatória e mandado de prisão contra Miguel, a quem havia feito processar e pronunciar como ladrão e acoutador de sua escrava. O sanhudo paxá de nada se esquecia para tornar completa a sua vingança.
"Es indispensable que vaya yo mismo", pensó Leoncio, y firme en esta resolución, se dirigió al ministro de justicia, con quien cultivó relaciones amistosas, y le pidió una carta de recomendación, que equivalía a una orden, — al jefe de policía de Pernambuco, para que lo ayude eficazmente en el descubrimiento y captura de una esclava. Antes, Leoncio también se había provisto de una precatoria y una orden de arresto de Miguel, a quien había hecho procesar y declarar como ladrón y acusador de su esclavo. El bajá sediento de sangre no olvidó nada para completar su venganza.

No outro dia Leôncio seguia para o Norte no mesmo vapor que conduzia suas cartas. Estas, porém, chegaram ao seu destino algumas horas antes que o seu autor desembarcasse no Recife. Leôncio, apenas pôs pé em terra, dirigiu-se ao chefe de policia, e entregando-lhe a carta do ministro inteirou-o de sua pretensão. Tenho a informar-lhe, senhor Leôncio, — respondeu-lhe o chefe — que haverá talvez pouco mais de duas horas que daqui saiu uma pessoa autorizada por V. S.a para o mesmo fim de apreender essa escrava, e ainda há pouco aqui chegou de volta declarando que tinha-se enganado, e que acabava de reconhecer que a pessoa, de quem desconfiava, não é e nem pode ser a escrava que fugiu a V. S.a.
Al día siguiente, Leoncio se dirigía al norte en el mismo vapor que transportaba sus cartas. Estos, sin embargo, llegaron a su destino pocas horas antes de que su autor desembarcara en Recife. Leoncio, tan pronto como puso un pie en el suelo, se dirigió al jefe de policía y, entregándole la carta del ministro, le informó de su intención. Tengo que informarle, señor Leoncio, — respondió el cacique, — que quizás hace poco más de dos horas salió de aquí una persona autorizada por usted con el mismo fin para apresar a ese esclavo, y hace poco volvió aquí declarando que se había equivocado, y que acababa de reconocer que la persona de la que sospechaba no era ni puede ser el esclavo que se escapó de ti.

— Um certo Martinho, não, senhor doutor?... — Justamente. — Deveras!... que me diz, senhor doutor? — A verdade; ainda aí estão à porta o oficial de justiça e os guardas, que o acompanharam. — De maneira que terei perdido o meu tempo e a minha viagem!... oh! não, não; isto não é possível. Creia-me, senhor doutor, aqui há patranha... o tal senhor Álvaro dizem que é muito rico... — E o tal Martinho um valdevinos capaz de todas as infâmias.
— Un tal Martín, ¿no es así, doctor?... —Precisamente. — ¡De verdad!... ¿qué dice, doctor? - La verdad; el alguacil y los guardias que lo acompañaban todavía están en la puerta. — ¡Así habré perdido mi tiempo y mi viaje!... ¡oh! no no; Esto no es posible. Créame, doctor, aquí hay alguna trampa... Que el señor Álvaro, dicen, es muy rico... —Y que Martinho es un Valdevinos capaz de toda clase de infamias.

— E é o que venho disposto a fazer. Irei lá eu mesmo verificar o negócio por meus próprios olhos, e já, se for possível. — Quando quiser. Ali estão o oficial de justiça e os guardas, que ainda agora de lá vieram, e ninguém melhor do que eles pode guiar a V. Sa. e efetuar a captura, caso reconheça ser a sua própria escrava. —Também me é preciso que V. Sa. ponha o — cumpra-se — nesta precatória — disse Leôncio apresentando a precatória contra Miguel — é necessário punir o patife que teve a audácia de desencaminhar e roubar-me a escrava.
"Y eso es lo que he estado dispuesto a hacer". Yo mismo iré allí para ver el negocio por mí mismo, y de inmediato, si es posible. - Cuando quiera. Están el alguacil y los guardias, que acaban de llegar de allí, y nadie mejor que ellos puede guiarte. y llevar a cabo la captura, si reconoce que es su propia esclava. —Yo también necesito eso de ti. pon el — hágase — en este escrito — dijo Leoncio presentando el escrito contra Miguel — es necesario castigar al bribón que tuvo la osadía de desviar y robar mi esclava.

O chefe satisfez sem hesitar ao pedido de Leôncio, que acompanhado da pequena escolta, que fez subir ao seu carro, no mesmo momento se dirigiu à casa de Isaura, onde o deixamos em face de Álvaro. A situação deste não era só crítica; era desesperada. O seu antagonista ali estava armado de seu incontestável direito para humilhá-lo, esmagá-lo, e o que mais é, despedaçar-lhe a alma, roubando-lhe a amante adorada, o ídolo de seu coração, que ia-lhe ser arrancada dos braços para ser prostituída ao amor senhor devasso, se não sacrificada ao seu furor. Não tinha remédio senão curvar-se sem murmurar ao golpe do destino, e ver de braços cruzados metida em ferros, e entregue ao azorrague do algoz a nobre e angélica criatura, que, única entre tantas belezas, lhe fizera palpitar o coração em emoções do mais extremoso e puro amor.
El cacique accedió sin vacilar al pedido de Leoncio, quien, acompañado de la pequeña escolta que había puesto en su automóvil, en el mismo momento se dirigió a la casa de Isaura, donde lo dejamos frente a Álvaro. Su situación no solo era crítica; estaba desesperado. Su antagonista allí estaba armado con su derecho incontestable de humillarlo, aplastarlo y, más aún, desgarrarle el alma, robándole a su adorada amante, el ídolo de su corazón, que le iba a ser arrebatado de brazos para ser prostituido al amor del señor lascivo, si no sacrificado a su furor. No le quedó más remedio que inclinarse sin murmurar ante el golpe del destino, y ver, con los brazos cruzados, encadenados y entregados al látigo del verdugo, a la noble y angelical criatura, que, única entre tantas bellezas, había hecho su corazón palpita en emociones del más extremo y puro amor.

Deplorável contingência, a que somos arrastados em conseqüência de uma instituição absurda e desumana! O devasso, o libertino, o algoz, apresenta-se altivo e arrogante, tendo a seu favor a lei, e a autoridade, o direito e a força, lança a garra sobre a presa, que é objeto de sua cobiça ou de seu ódio, e pode frui-la ou esmagá-la a seu talante, enquanto o homem de nobre coração, de impulsos generosos, inerme perante a lei, aí fica suplantado, tolhido, manietado sem poder estender o braço em socorro da inocente e nobre vítima, que deseja proteger. Assim, por uma estranha aberração, vemos a lei armando o vício, e decepando os braços à virtude.
¡Deplorable contingencia, a la que somos arrastrados por una institución absurda e inhumana! El libertino, el libertino, el verdugo, se muestra altivo y soberbio, teniendo la ley a su favor, y la autoridad, el derecho y la fuerza, lanza sus garras a la presa, que es objeto de su codicia o de su odio, y puede gozar. o aplastarla como le plazca, mientras el hombre de corazón noble, de impulsos generosos, indefenso ante la ley, es suplantado allí, estorbado, encadenado sin poder extender su brazo para socorrer a la inocente y noble víctima, tú quieres proteger. Así, por una extraña aberración, vemos a la ley armando al vicio y cortando los brazos a la virtud.

Estava pois Álvaro em presença de Leôncio como o condenado em presença do algoz. A mão da fatalidade o socalcava com todo o seu peso esmagador, sem lhe deixar livre o mínimo movimento. Vinha Leôncio ardendo em fúrias de raiva e de ciúme, e prevalecendo-se de sua vantajosa posição, aproveitou a ocasião para vingar-se de seu rival, não com a nobreza de cavalheiro, mas procurando humilhá-lo à força de impropérios.
Álvaro estaba entonces en presencia de Leôncio como el condenado en presencia del verdugo. La mano del destino lo apretaba con todo su peso aplastante, sin dejarle el menor movimiento. Leoncio ardía en furor de rabia y de celos, y aprovechando su ventajosa posición, aprovechó la ocasión para vengarse de su rival, no con la nobleza de un caballero, sino queriendo humillarlo por medio de insultos.

— Sei que há muito tempo, — disse Leôncio, continuando o diálogo que deixamos interrompido no capítulo antecedente, — V. Sa. retêm essa escrava em seu poder contra toda a justiça, iludindo as autoridades com falsas alegações, que nunca poderá provar. Porém agora venho eu mesmo reclamá-la e burlar os seus planos, e artifícios.
— Sé que hace mucho tiempo — dijo Leoncio, continuando el diálogo que dejamos interrumpido en el capítulo anterior — V. Sa. tienen en su poder a este esclavo contra toda justicia, engañando a las autoridades con afirmaciones falsas, que nunca podrán probar. Pero ahora vengo a reclamarla yo mismo y engañar sus planes y artificios.

— Artifícios não, senhor. Protegi e protejo francamente uma escrava contra as violências de um senhor, que quer tornar-se seu algoz; eis aí tudo. — Ah!... agora é que sei que qualquer aí pode subtrair um escravo ao domínio de seu senhor a pretexto de protegê-lo, e que cada qual tem o direito de velar sobre o modo por que são tratados os escravos alheios. — V. Sa. está de disposição a escarnecer, e eu declaro-lhe que nenhuma vontade tenho de escarnecer, nem de ser escarnecido. — Confesso-lhe que desejo muito a liberdade dessa escrava, tanto quanto desejo a minha felicidade, e estou disposto a fazer todos os sacrifícios possíveis para consegui-la. Já lhe ofereci dinheiro, e ainda ofereço. — Dou-lhe o que pedir... dou-lhe uma fortuna por essa escrava. Abra preço...
“Nada de trucos, señor. Protegí y francamente protejo a una esclava contra la violencia de un amo, que quiere convertirse en su verdugo; aquí está todo. "¡Ah!... ahora sé que cualquiera puede sustraer un esclavo del dominio de su amo con el pretexto de protegerlo, y que cada uno tiene derecho a velar por la forma en que se trata a los esclavos de los demás". — V. Sá. está dispuesto a burlarse, y yo le declaro que no tengo deseos de burlarme, ni de ser burlado. "Confieso que deseo la libertad de este esclavo tanto como deseo mi propia felicidad, y estoy dispuesto a hacer todos los sacrificios posibles para obtenerla". Ya te he ofrecido dinero, y todavía lo hago. "Te daré lo que pidas... Te daré una fortuna por ese esclavo". Precio de apertura...

— Não há dinheiro que a pague; nem todo o ouro do mundo, porque não quero vendê-la. — Mas isso é um capricho bárbaro, uma perversidade... — Seja capricho da qualidade que V. Sa. quiser; porventura não posso ter eu os meus caprichos, contanto que não ofenda direitos de ninguém?... porventura V. Sa. não tem também o seu capricho de querê-la para si?... mas o seu capricho ofende os meus direitos, e eis aí o que não posso tolerar.
— No hay dinero para pagarlo; no todo el oro del mundo, porque no quiero venderlo. — Pero eso es un capricho bárbaro, una perversidad... — Ser un capricho de la calidad que tú. el quiere; ¿No puedo tener mis caprichos, mientras no ofenda los derechos de nadie? ¿no tiene él también su capricho de quererla para él?... pero su capricho ofende mis derechos, y eso es lo que no puedo tolerar.

— Mas o meu capricho é nobre e benfazejo, e o seu é uma tirania, para não dizer uma vilania. V. Sa. mancha a sua vida com uma nódoa indelével conservando na escravidão essa mulher; cospe o desrespeito e a injúria sobre o túmulo de sua santa mãe, que criou com tanta delicadeza, educou com tanto esmero essa escrava, para torná-la digna da liberdade que pretendia dar-lhe, e não para satisfazer aos caprichos de V. Sa. Ela por certo lá do céu, onde está, o amaldiçoará, e o mundo inteiro a acompanhará na maldição ao homem que retém no mais infamante cativeiro uma criatura cheia de virtudes, prendas e beleza.
"Pero mi capricho es noble y benéfico, y el tuyo es tiranía, por no decir villanía". V. Sá. mancha su vida con una mancha indeleble al mantener a esa mujer en esclavitud; escupe desprecios e insultos sobre la tumba de su santa madre, a quien con tanta delicadeza levantó, educó con tanto cuidado a esta esclava, para hacerla digna de la libertad que él pretendía darle, y no para satisfacer vuestros caprichos. . Ella ciertamente lo maldecirá desde el cielo, donde está, y el mundo entero la acompañará en maldecir al hombre que tiene en el cautiverio más infame a una criatura llena de virtudes, dones y belleza.

— Basta, senhor!.. agora fico também sabendo, que uma escrava, só pelo fato de ser bonita e prendada, tem direitos à liberdade. Pique também V. Sa. sabendo, que se minha mãe não criou essa rapariga para satisfazer aos meus caprichos, muito menos para satisfazer aos de V. Sa. a quem nunca conheceu nesta vida. Senhor Álvaro, se deseja ter alguma linda escrava para sua amásia procure outra, compre-a, que a respeito desta, pode perder toda a esperança.
— ¡Basta, señor!... ahora también descubro que una esclava, por el hecho de ser bella y dotada, tiene derecho a la libertad. Picar también V. Sa. sabiendo que si mi madre no crió a esa niña para satisfacer mis caprichos, mucho menos para satisfacer los tuyos. a quien nunca conociste en esta vida. Señor Álvaro, si quiere tener una hermosa esclava para su amor, búsquese otra, cómprela, que de ésta puede perder toda esperanza.

— Senhor Leôncio, V. Sa. decerto esquece-se do lugar onde está, e da pessoa com quem fala, e julga que se acha em sua fazenda falando aos seus feitores ou a seus escravos. Advirto-lhe, para que mude de linguagem. — Basta, senhor; deixemo-nos de vás disputas, e nem eu vim aqui para ser catequizado por V. Sa. O que quero é a entrega da escrava e nada mais. Não me obrigue a usar do meu direito levando-a à força.
— Sr. Leoncio, Su Señoría. ciertamente olvida el lugar donde está, y la persona con la que está hablando, y piensa que está en su granja hablando con sus capataces o sus esclavos. Te advierto, para que cambies de idioma. “Basta, señor; dejemos estas vanas disputas, y yo ni siquiera vine aquí a ser catequizado por ti. Lo que quiero es la entrega de la esclava y nada más. No me obligues a usar mi derecho tomándola por la fuerza.

Álvaro, desvairado por tão grosseiras e ferinas provocações, perdeu de todo a prudência e sangue-frio. Entendeu que para sair-se bem na terrível conjuntura em que se achava, só havia um caminho, — matar o seu antagonista ou morrer-lhe às mãos, — e cedendo a essas sugestões da cólera e do desespero, saltou da cadeira em que estava, agarrou Leôncio pela gola e sacudindo-o com força: Álvaro, ob dieser groben und bestialischen Provokationen erzürnt, verlor jede Beherrschung und Kaltblütigkeit.
Álvaro, enloquecido por tan groseras y feroces provocaciones, perdió toda prudencia y serenidad. Comprendió que para salir adelante en la terrible situación en la que se encontraba, sólo había un camino a seguir —matar a su antagonista o morir en sus manos— y, cediendo a aquellas sugerencias de ira y desesperación, saltó del mismo. silla en la que estaba. , agarró a Leôncio por el cuello y lo sacudió con fuerza: Álvaro, ob dieser groben und bestialischen Provokationen erzürnt, verlor jede Beherrschung und Kaltblütigkeit.

— Algoz! — bradou espumando de raiva, — ai tens a tua escrava! mas antes de levá-la, hás de responder pelos insultos que me tens dirigido, ouviste?... ou acaso pensas que eu também sou teu escravo?.. — Está louco, homem! — disse Leôncio amedrontado. — As leis do nosso país não permitem o duelo. — Que me importam as leis!... para o homem de brio a honra é superior às leis, e se não és um covarde, como penso... —Socorro, que querem assassinar-me, — bradou Leôncio desembaraçando-se das mãos de Álvaro, e correndo para a porta. — Infame! — rugiu Álvaro, cruzando os braços e rangendo os dentes num sorrir de cólera e desdém...
"¡Verdugo! —gritó echando espumarajos de rabia—, ¡ahí está tu esclavo! pero antes de llevártela, debes responder por los insultos que me has dirigido, ¿me oyes?... ¿o crees que yo también soy tu esclavo?... —¡Estás loco, hombre! dijo Leoncio, asustado. “Las leyes de nuestro país no permiten los duelos. "¡Qué me importan las leyes!... para un hombre soberbio, el honor es superior a las leyes, y si no eres cobarde, como creo..." Las manos de Álvaro, y corriendo hacia la puerta. "¡Infame! rugió Álvaro, cruzándose de brazos y rechinando los dientes en una sonrisa de ira y desdén...

No mesmo momento, atraídos pelo barulho, entravam na sala de um lado Isaura e Miguel, do outro o oficial de justiça e os guardas. Isaura estava com o ouvido aguçado, e do interior da casa ouvira e compreendera tudo. Viu que tudo estava perdido, e correu a atalhar o desatino, que por amor dela Álvaro ia cometer.
En el mismo momento, atraídos por el ruido, Isaura y Miguel entraron en la habitación por un lado, el alguacil y los guardias por el otro. Isaura tenía buen oído, y desde dentro de la casa había oído y entendido todo. Vio que todo estaba perdido, y se apresuró a poner fin a la tontería que, por amor a ella, iba a cometer Álvaro.

— Aqui estou, senhor! — foram as únicas palavras que pronunciou apresentando-se de braços cruzados diante de seu senhor. — Ei-los ai; são estes! — exclamou Leôncio indicando aos guardas Isaura e Miguel. Prendam-os!.. prendam-os!... —Vai-te, Isaura, vai-te, — murmurou Álvaro com voz trêmula e sumida, achegando-se da cativa. — Não desanimes; eu não te abandonarei. — Confia em Deus e em meu amor.
"¡Aquí estoy, señor!" —fueron las únicas palabras que pronunció, presentándose ante su amo con los brazos cruzados. - Allí están; ¡son estos! exclamó Leoncio, señalando a Isaura y Miguel a los guardias. ¡Arréstalos!... ¡arréndelos!... —Vete, Isaura, vete —murmuró Álvaro con voz trémula y débil, acercándose al cautivo. - No se desanime; No te abandonaré. — Confía en Dios y en mi amor.

Uma hora depois Álvaro recebia em casa a visita de Martinho. Vinha este mui ancho e lampeiro dar conta de sua comissão, e sôfrego por embolsar a soma convencionada.
Una hora después, Álvaro recibió la visita de Martinho en su casa. Este farol muy grande y vino a cuenta de su comisión, y con ganas de embolsarse la suma acordada.

— Dez contos!... oh! — vinha ele pensando. — uma fortuna! agora sim, posso eu viver independente!... Adeus, surrados bancos de Academia!... adeus, livros sebosos, que tanto tempo andei folheando à toa!... vou atirar-vos pela janela a fora; não preciso mais de vós: meu futuro está feito. Em breve serei capitalista, banqueiro, comendador, barão, e verão para quanto presto!...
"¡Diez contos!... ¡ay!" el estaba pensando. - ¡Una fortuna! ¡ahora puedo vivir independientemente!... ¡Adiós bancas gastadas de la Academia!... ¡Adiós libros grasientos que tanto tiempo hojeo sin rumbo fijo!... Los voy a tirar por la ventana; Ya no te necesito: mi futuro está hecho. ¡Pronto seré capitalista, banquero, comandante, barón, y verás cuánto valgo!...

E à força de multiplicar cálculos de usura e agiotagem, já Martinho havia centuplicado aquela soma em sua imaginação.
Y a fuerza de multiplicar cálculos de usura y usurpación, Martinho ya había multiplicado esa suma por cien en su imaginación.

— Meu caro senhor Álvaro, — veio logo dizendo sem mais preâmbulos, — está tudo arranjado à medida de nossos desejos. Pode V. Sa. viver tranqüilo em companhia da gentil fugitiva, que daqui em diante ninguém mais o importunará. — De feito o procedimento de V. S.ª nesta questão tem sido muito belo e digno de elogios; é próprio de um coração grande e generoso como o de V. Sa. Não se dá maior desaforo! no cativeiro uma menina tão mimosa e tão prendada!... — Agora aqui está a carta, que escrevo ao lorpa do sultãozinho. Prego-lhe meia dúzia de carapetões, que o hão de desorientar completamente.
— Mi querido señor Álvaro, — vino enseguida diciendo sin más preámbulos, — todo está arreglado según nuestros deseos. Can V. Sa. vive tranquilo en compañía del manso fugitivo, que de ahora en adelante nadie volverá a molestarlo. — En efecto, su proceder en este asunto ha sido muy hermoso y digno de elogio; pertenece a un corazón grande y generoso como el tuyo. ¡No hay mayor falta de respeto! en cautiverio una niña tan dulce y dotada!... —Ahora aquí está la carta, que le escribo a la lorpa del pequeño sultán. Le clavo media docena de carapetos, que lo desorientarán por completo.

Assim falando, Martinho desdobrou a carta, e já começava a lê-la, quando Álvaro impacientado o interrompeu. — Basta, senhor Martinho, — disse-lhe com mau humor; — o negócio está arranjado; não preciso mais de seus serviços. — Arranjado!... como?... — A escrava está em poder de seu senhor. — De Leôncio!... impossível! — Entretanto, é a pura verdade; se quiser saber mais vá à polícia, e indague. — E os meus dez contos?... — Creio que não lhos devo mais.
Dicho esto, Martinho desdobló la carta, y ya comenzaba a leerla, cuando Álvaro, impaciente, lo interrumpió. —Ya basta, señor Martinho —dije de mal humor; — el trato está arreglado; Ya no necesito tus servicios. "¡Arreglado!... ¿Cómo?..." "La esclava está en poder de su amo". — ¡De Leoncio!... ¡imposible! — Sin embargo, es la pura verdad; si quieres saber mas ve a la policia y pregunta. —¿Y mis diez contos?... —Creo que ya no les debo.

Martinho soltou um urro de desespero, e saiu da casa de Álvaro com tal precipitação, que parecia ir rolando pelas escadas abaixo. Descrever o mísero estado em que ficou aquela pobre alma, é empresa em que não me meto; os leitores que façam idéia. O cão faminto, iludido pela sombra, largou a carne que tinha entre os dentes, e ficou sem uma nem outra.
Martinho lanzó un aullido de desesperación y salió de la casa de Álvaro con tanta prisa que pareció rodar escaleras abajo. Describir el estado miserable en que quedó aquella pobre alma es empresa en la que no entro; lectores para hacerse una idea. El perro hambriento, engañado por la sombra, dejó caer la carne que tenía entre los dientes, y se quedó sin uno ni con el otro.




contacto declaración de privacidad pie de imprenta