5° capítulo


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Isaura despertando de suas pungentes e amargas preocupações tomou seu balainho de costura e ia deixar o salão, resolvida a sumir-se no mais escondido recanto da casa, ou amoitar-se em algum esconderijo do pomar. Esperava assim esquivar-se à repetição de cenas indecentes e vergonhosas, como essas por que acabava de passar. Apenas dera os primeiros passos foi detida por uma extravagante e grotesca figura, que penetrando no salão veio postar-se diante de seus olhos. ton_1
Despertada de sus amargas y dolorosas preocupaciones, Isaura cogió su hamaca de costura y se dispuso a abandonar el salón, resuelta a desaparecer en el rincón más oculto de la casa, o a retirarse a algún escondrijo del huerto. Esperaba así evitar repetir escenas indecentes y vergonzosas como las que acababa de vivir. Apenas había dado los primeros pasos cuando fue detenida por una figura extravagante y grotesca que entró en la habitación y se detuvo ante sus ojos.

Era um monstrengo afetando formas humanas, um homúnculo em tudo mal construído, de cabeça enorme, tronco raquítico, pernas curtas e arqueadas para fora, cabeludo como um urso, e feio como um mono. Era como um desses truões disformes, que formavam parte indispensável do séquito de um grande rei da Média Idade, para divertimento dele e de seus cortesões. A natureza esquecera de lhe formar o pescoço, e a cabeça disforme nascia-lhe de dentro de uma formidável corcova, que a resguardava quase como um capuz. Bem reparado todavia, o rosto não era muito irregular, nem repugnante, e exprimia muita cordura, submissão e bonomia. ton_2
Era un monstruo que afectaba a las formas humanas, un homúnculo mal construido en todos los sentidos, con una cabeza enorme, un torso raquítico, piernas cortas dobladas hacia fuera, peludo como un oso y feo como un mono. Era como uno de esos troncos deformes que formaban parte indispensable del séquito de un gran rey en la Edad Media, para diversión de él y de sus cortesanos. La naturaleza había olvidado darle forma a su cuello, y su cabeza deforme nacía del interior de una formidable joroba que la protegía casi como una capucha. Sin embargo, cuando estaba bien fijada, la cara no era muy irregular, ni repulsiva, y expresaba una gran dosis de rectitud, sumisión y bonhomía.

Isaura teria soltado um grito de pavor, se há muito não estivesse familiarizada com aquela estranha figura, pois era ele, sem mais nem menos, o senhor Belchior, fiel e excelente ilhéu, que há muitos anos exercia naquela fazenda mui digna e conscienciosamente, apesar de sua deformidade e idiotismo, o cargo de jardineiro. Parece que as flores, que são o símbolo natural de tudo quanto é belo, puro e delicado, deviam ter um cultor menos disforme e repulsivo. Mas quis a sorte ou o capricho do dono da casa estabelecer aquele contraste, talvez para fazer sobressair a beleza de umas à custa da fealdade do outro. ton_3
Isaura habría dado un grito de terror si no conociera desde hacía tiempo aquella extraña figura, pues se trataba del señor Belchior, un isleño leal y excelente, que durante muchos años había trabajado en aquella finca de manera muy digna y concienzuda, a pesar de su deformidad e idiotez, como jardinero. Parece que las flores, que son el símbolo natural de todo lo bello, puro y delicado, deberían tener un cultivador menos deforme y repulsivo. Pero la suerte o el capricho del amo de la casa quisieron establecer ese contraste, quizá para hacer resaltar la belleza de uno a costa de la fealdad del otro.

Belchior tinha em uma das mãos o vasto chapéu de palha, que arrastava pelo chão, e com a outra empunhava. não um ramalhete, mas um enorme feixe de flores de todas as qualidades, à sombra das quais procurava eclipsar sua desgraciosa e extravagante figura. Parecia um desses vasos de louça, de formas fantásticas e grotescas, que se enchem de flores para enfeitar bufetes e aparadores. ton_4
Belchior llevaba en una mano su enorme sombrero de paja, que arrastraba por el suelo, y con la otra sostenía en la mano, no un ramo, sino un enorme manojo de flores de todas clases, a cuya sombra trataba de eclipsar su vergonzosa y extravagante figura. Parecía uno de esos jarrones de porcelana, de formas fantásticas y grotescas, que se llenan de flores para adornar aparadores y buffets.

—Valha-me Deus! — pensou Isaura ao dar com os olhos no jardineiro. — Que sorte é a minha! ainda mais este!... este ao menos é de todos o mais suportável: os outros me amofinam, e atormentam: este as vezes me faz rir. ton_5
-¡Que Dios me ayude! - pensó Isaura al divisar al jardinero. - Qué suerte tengo! Y más éste... éste al menos es el más soportable de todos: los otros me ablandan, y me atormentan: éste a veces me hace reír.

— Muito bem aparecido, senhor Belchior! então, o que deseja? — Senhora Isaura, eu... eu... vinha... — resmungou embaraçado o jardineiro. —Senhora!... eu senhora!... também o senhor pretende caçoar comigo, senhor Belchior?. ton_6 .
- ¡Muy bien, Sr. Belchior! ¿Qué quiere? - Señora Isaura, yo... yo... yo venía... - murmuró el jardinero, avergonzado. -¡Señora!... Yo, señora... ¿también quiere burlarse de mí, señor Belchior?

— Eu caçoar com a senhora!... não sou capaz... minha língua seja comida de bichos, se eu faltar com o respeito devido à senhora... Vinha trazer-lhe estas froles, se bem que a senhora mesma é uma frol... — Arre lá, senhor Belchior!... sempre a dar-me de senhora!... se continua por essa forma, ficamos mal, e não aceito as suas froles... Eu sou Isaura, escrava da senhora D. Malvina; ouviu, senhor Belchior! — Embora lá isso; e soverana cá deste coração, e eu, menina, dou-me por feliz se puder beijar-te os pés. Olha, Isaura... ton_7
- Me comerán la lengua los gusanos si no muestro el respeto debido a la dama... He venido a traerle estas ranas, aunque usted es una rana... - Si sigue así, tendremos problemas, y no aceptaré sus ranas... ¡Soy Isaura, la esclava de la Sra. Malvina! - Soy Isaura, la esclava de la Sra. Malvina. Ya me oyó, Sr. Belchior. Mira, Isaura...

— Ainda bem! Agora sim; trate-me desse modo. — Olha, Isaura, eu sou um pobre jardineiro, lá isso é verdade; mas sei trabalhar, e não hás de achar vazio o meu mealheiro, onde já tenho mais de meio mil cruzados. Se me quiseres, como eu te quero, arranjote a liberdade, e caso-me contigo, que também não és para andar aí assim como escrava de ninguém. ton_8
- ¡Bien por ti! Sí, ahora, trátame así. - Mira, Isaura, soy un pobre hortelano, es verdad; pero sé trabajar, y no encontrarás vacía mi hucha, donde ya tengo más de medio millar de cruzados. Si tú me quieres, como yo te quiero a ti, te conseguiré tu libertad, y me casaré contigo, pues no has de andar así como esclava de nadie.

— Muito obrigada pelos seus bons desejos; mas perde seu tempo, senhor Belchior. Meus senhores não me libertam por dinheiro nenhum. — Ah! deveras!... que malbados!... ter assim no catibeiro a rainha da Jermosura!... mas não importa, Isaura; terei mais gosto em ser escravo de uma escrava como tu, do que em ser senhor dos senhores de cem mil cativos. Isaura!... não fazes idéia de como te quero. Quando vou molhar as minhas froles, estou a lembrar-me de ti com uma soidade!... ton_9
- Muchas gracias por sus buenos deseos; pero pierde usted el tiempo, señor Belchior. Mis señores no me dejarán ir por ningún dinero. - ¡Ah! en efecto!... ¡qué grosero!... ¡tener a la Reina de Jermosura en el catibeiro!... pero no importa, Isaura; seré más feliz siendo esclavo de una esclava como tú, que siendo el amo de los amos de cien mil cautivos. ¡Isaura! No tienes ni idea de cuánto te quiero. Cuando vaya a mojar mis espumarajos, me acordaré de ti con un soity!....

— Deveras! ora viu-se que amor!... — Isaura! — continuou Belchior, curvando os joelhos, — tem piedade deste teu infeliz cativo... — Levante-se, levante-se, — interrompeu Isaura com impaciência. — Seria bonito que meus senhores viessem aqui encontrá-lo fazendo esses papéis!... que estou-lhe dizendo?... ei-los aí!... ah! senhor Belchior! De feito, de um lado Leôncio, e de outro Henrique e Malvina, os estavam observando. ton_10
- ¡Claro! ¡Has visto qué amor! - ¡Isaura! - continuó Belchior, doblando las rodillas-, apiádate de este desdichado cautivo tuyo... - Levántate, levántate -interrumpió Isaura con impaciencia-. - Estaría bien que mis amos vinieran a buscarte haciendo estos papeles... ¿qué te estoy diciendo? En efecto, a un lado, Leôncio, y al otro, Henrique y Malvina, los observaban.

Henrique, tendo-se retirado do salão, despeitado e furioso contra seu cunhado, assomado e leviano como era, foi encontrar a irmã na sala de jantar, onde se achava preparando o café e ali em presença dela não hesitou em desabafar sua cólera, soltando palavras imprudentes, que lançaram no espírito da moça o germe da desconfiança e da inquietação. ton_11
Enrique, tras abandonar el salón, despreciado y furioso contra su cuñado, altivo y frívolo como era, fue a buscar a su hermana al comedor, donde estaba preparando el café y allí, en su presencia, no dudó en descargar su ira, soltando imprudentes palabras que arrojaron la semilla de la desconfianza y el desasosiego en el ánimo de la muchacha.

— Este teu marido, Malvina, não passa de um miserável patife — disse bufando de raiva. — Que estás dizendo, Henrique?!... que te fez ele?... – perguntou a moça, espantada com aquele rompante. —Tenho pena de ti, minha irmã... se soubesses... que infâmia!... — Estás doido, Henrique!... o que há então? — Permita Deus que nunca o saibas!... que vilania!... ton_12
Dein Gatte, Malvina, ist nicht weiter als ein erbärmlicher Halunke", sagte er schäumend vor Wut. "Was sagst du da Henrique?! Was hat er dir getan?" fragte das Mädchen, erschreckt von diesem Ausbruch. "Ich bemitleide dich, meine Schwester. Wenn du wüsstest... Welch eine Niederträchtigkeit!""Du bist verrückt Henrique! Was gibt es denn?""Möge Gott, dass du es nie erfährst. Was für eine Gemeinheit!"

— O que houve então, Henrique?... fala, explica-te por quem és, — exclamou Malvina, pálida e ofegante no cúmulo da aflição. — Oh! que tens?... não te aflijas assim, minha irmã, - respondeu Henrique, já arrependido das loucas palavras que havia soltado. Tarde compreendeu que fazia um triste e deplorável papel, servindo de mensageiro da discórdia e da desconfiança entre dois esposos, que até ali viviam na mais perfeita harmonia e tranquilidade. Tarde e em vão procurou atenuar o terrível efeito de sua fatal indiscrição. ton_13
- Habla, explícate quién eres -exclamó Malvina, pálida y jadeante en el colmo de su angustia. - Oh, ¿qué te pasa? No te inquietes tanto, hermana mía -respondió Enrique, arrepentido ya de las necias palabras que había pronunciado. Tarde comprendió que estaba desempeñando un triste y deplorable papel, sirviendo de mensajero de la discordia y la desconfianza entre dos cónyuges que hasta entonces habían vivido en perfecta armonía y tranquilidad. Tarde y en vano trató de mitigar el terrible efecto de su fatal indiscreción.

— Não te inquietes, Malvina, continuou ele procurando sorrir-se; - teu marido é um formidável turrão, eis aí tudo; não vás pensar que nos queremos bater em duelo. — Não; mas vieste espumando de raiva, com os olhos em fogo, e com um ar... — Qual!... pois não me conheces?... sempre fui assim; por – dá cá aquela palha — pego fogo, mas também é fogo de palha. — Mas pregaste-me um susto!... — Coitada!... toma isto, — disse-lhe Henrique, oferecendo-lhe uma xícara de café, é a melhor coisa que há para aplacar sustos e ataques de nervos. ton_14
- No te preocupes, Malvina -continuó, tratando de sonreír-; tu marido es un matón formidable, eso es todo; no creas que queremos batirnos en duelo. - No; pero has venido echando espuma de rabia, con los ojos encendidos, y mirando... - Siempre he sido así; siempre estoy ardiendo, pero también es un fuego de paja. - ¡Pero me has asustado! - Pobrecita!... toma esto, - dijo Henrique, ofreciéndole una taza de café, es lo mejor que hay para aplacar sustos y ataques de nervios.

Malvina procurou acalmar-se, mas as palavras do irmão tinham-lhe penetrado no âmago do coração, como a dentada de uma víbora, aí deixando o veneno da desconfiança. O aparecimento de Leôncio, que vinha do salão, pôs termo a este incidente. Os três tomaram café à pressa e sem trocarem palavras; estavam já ressabiados uns com outros, olhavam-se com desconfiança, e de um momento para outro a discórdia insinuara-se no seio daquela pequena família, ainda há pouco tão feliz, unânime e tranqüila. Tomado o café retiraram-se, mas todos por um impulso instintivo, dirigiram seus passos para o salão, Henrique e Malvina de braços dados pelo grande corredor da entrada, e Leôncio sozinho por compartimentos interiores, que comunicavam com o salão. ton_15
Malvina intentó calmarse, pero las palabras de su hermano habían penetrado en el fondo de su corazón como la mordedura de una víbora, dejando tras de sí el veneno de la desconfianza. La aparición de Leôncio, que venía del salón, puso fin a este incidente. Los tres tomaron su café a toda prisa y sin intercambiar palabras; ya estaban resentidos, se miraban con recelo, y de un momento a otro la discordia se había insinuado en el seno de aquella pequeña familia, todavía tan feliz, unánime y tranquila hacía un rato. Después del desayuno salieron, pero todos, con un impulso instintivo, dirigieron sus pasos hacia el salón, Henrique y Malvina del brazo por el gran corredor de la entrada, y Leôncio solo por los compartimentos interiores que comunicaban con el salón.

Era ali com efeito que se achava o pomo fatal, mas inocente, que devia servir de instrumento da desunião e descalabro daquela nascente família. Chegaram ainda a tempo de presenciar o final da cena ridícula, que Belchior representava aos pés de Isaura. Leôncio, porém, que os espiava através das sanefas entreabertas de uma alcova, não avistava Henrique e Malvina, que haviam parado no corredor junto à porta da entrada. ton_16
Allí, de hecho, se encontraba el fatal, pero inocente alfiler, que iba a servir de instrumento para la desunión y desgracia de aquella naciente familia. Llegaron justo a tiempo para presenciar el final de la ridícula escena que Belchior protagonizó a los pies de Isaura. Leôncio, sin embargo, que los espiaba a través de la cenefa entreabierta de una alcoba, no vio a Henrique y Malvina, que se habían detenido en el corredor, junto a la puerta de entrada.

— Oh! oh! — exclamou ele no momento em que Belchior prostrava-se aos pés de Isaura. Creio que tenho dentro de casa um ídolo, diante do qual todos vêm ajoelhar-se e render adorações!... até o meu jardineiro!... Olá, senhor Belchior, está bonito!... Continue com a farsa, que não está má... mas para tratar dessa flor não precisamos de seus cuidados, não; tem entendido, senhor Belchior!... — ton_17
- Oh, oh -exclamó cuando Belchior se postró a los pies de Isaura-. Creo que tengo un ídolo en mi casa, ¡ante el que todos vienen a arrodillarse y adorar! Hola, señor Belchior, está usted muy guapo. Siga con la farsa, no está mal... pero para cuidar esa flor no necesitamos sus cuidados, comprenda, señor Belchior...

Perdão, senhor meu, — balbuciou o jardineiro erguendo-se trêmulo e confuso; — eu vinha trazer estas froles para os basos da sala... — E apresentá-las de joelhos!... essa é galante!... Se continua nesse papel de galã, declaro-lhe que o ponho pela porta fora com dois pontapés nessa corcova. ton_18
Perdóneme, mi señor -tartamudeó el jardinero, levantándose tembloroso y confuso-, había venido a traer estas ranas para el bajo salón... - ¿Y presentarlas de rodillas? ¡Qué galante! Si continúas en ese papel de galán, declaro que te echaré por la puerta con dos patadas en esa joroba.

Corrido, confuso e azoinado, Belchior, cambaleando e esbarrando pelas cadeiras, lá se foi às cegas em busca da porta da rua. — Isaura! ó minha Isaura! — exclamou Leôncio saindo da alcova, avançando com os braços abertos para a rapariga, e dando à voz até ali áspera e rude, a mais suave e tema inflexão. ton_19
Corriendo, confuso y atónito, Belchior, tambaleándose y chocando con las sillas, fue a ciegas en busca de la puerta de la calle. - ¡Isaura! ¡Oh, Isaura mía! - exclamó Leôncio, saliendo de la alcoba, y avanzando con los brazos abiertos hacia la muchacha, y dando a la voz, hasta entonces áspera y ruda, la inflexión más suave y temerosa.

Um ai agudo e pungente, que ecoou pelo salão, o faz parar mudo, gélido e petrificado. Tinha avistado no meio da porta Malvina, que, pálida e desfalecida, ocultava a fronte no ombro de seu irmão, que a amparava nos braços. — Ah! meu irmão! — exclamou ela voltando de seu delíquio, — agora compreendo tudo que ainda há pouco me dizias. ton_20
Un lamento agudo y desgarrador resonó en el vestíbulo, y él se detuvo mudo, frío y petrificado. Había alcanzado a ver en medio de la puerta a Malvina, que, pálida y desfallecida, escondía la frente en el hombro de su hermano, que la estrechaba entre sus brazos. - ¡Ah, hermano mío! - exclamó ella, volviendo de su delirio-, ahora comprendo todo lo que me has dicho hace un momento.

E com uma das mãos comprimindo o coração, que parecia querer-lhe estalar de dor, e com a outra escondendo no lenço as lágrimas, que dos formosos olhos lhe brotavam aos pares, correu a encerrar-se em seu aposento. ton_
Con una mano apretándose el corazón, que parecía querer estallar de dolor, y con la otra, ocultando en un pañuelo las lágrimas que brotaban a pares en sus hermosos ojos, se apresuró hacia su habitación.

Leôncio desconcertado pelo terrível contratempo, de que acabava de ser vítima, ficou largo tempo a passear, frenético e agitado, de um a outro lado, ao longo do salão, furioso contra o cunhado, a cuja impertinente leviandade atribuía as fatais ocorrências daquela manhã, que ameaçavam burlar todos os seus planos sobre Isaura, e excogitando meios de safar-se das dificuldades em que se via empenhado. ton_21
Leôncio, desconcertado por el terrible percance del que acababa de ser víctima, pasó largo rato caminando, frenético y agitado, de un lado a otro, a lo largo del salón, furioso contra su cuñado, a cuya impertinente frivolidad atribuía los fatales sucesos de aquella mañana, que amenazaban con frustrar todos sus planes sobre Isaura, y excogitando maneras de salir de las dificultades en que se veía envuelto.

Isaura, tendo resistido em menos de uma hora, a três abordagens consecutivas, dirigidas contra o seu pudor e isenção, aturdida, cheia de susto, confusão e vergonha, correu a esconder-se entre os laranjais como lebre medrosa, que ouve ladrarem pelos prados os galgos encarniçados a seguirem-lhe a pista. ton_22
Isaura, habiendo resistido en menos de una hora, tres abordajes consecutivos, dirigidos contra su pudor y exención, aturdida, llena de espanto, confusión y vergüenza, corrió a esconderse entre los naranjos como una temerosa liebre que oyera los ladridos de los galgos que seguían su rastro.

Henrique altamente indignado contra o cunhado não lhe queria ver a cara; tomou sua espingarda e saiu disposto a passar o dia inteiro passarinhando pelos matos, e a retirar-se impreterivelmente para a corte ao romper do dia seguinte. Os escravos ficaram pasmos, quando à hora do almoço Leôncio achou-se sozinho à mesa. Leôncio mandou chamar Malvina, mas esta, pretextando uma indisposição, não quis sair de seu quarto. Seu primeiro movimento foi um ímpeto de cólera brutal; esteve a ponto de atirar toalha, pratos, talheres e tudo pelos ares, e ir esbofetear o desassisado e insolente rapaz, que em má hora viera à sua casa para perturbar a tranqüilidade do seu viver doméstico. ton_23
Enrique, muy indignado con su cuñado, no quiso verle la cara; cogió su fusil y se marchó dispuesto a pasar todo el día vagando por el bosque, y a regresar a la corte al amanecer del día siguiente. Los esclavos se quedaron atónitos cuando, a la hora de comer, Leôncio se encontró solo en la mesa. Leôncio mandó llamar a Malvina, pero ésta, alegando indisposición, no quiso salir de su habitación. Su primer movimiento fue un ímpetu de ira brutal; estuvo a punto de lanzar por los aires el mantel, los platos, los cubiertos y todo lo demás, e ir a abofetear al insolente y descarado muchacho, que había llegado a su casa en mal momento para perturbar la tranquilidad de su vida doméstica.

Mas conteve-se a tempo, e acalmando-se entendeu que melhor era não se dar por achado, e encarar com ares da maior indiferença e mesmo de desdém, os arrufos da esposa, e o mau humor do cunhado. Estava bem persuadido que lhe seria difícil, se não impossível, dissimular mais aos olhos da esposa o seu torpe procedimento; incapaz, porém, de retratar-se e implorar perdão, resolveu amparar-se da tempestade, que ia despenhar-se sobre sua cabeça, com o escudo da mais cínica indiferença. ton_24
Pero, con el tiempo, se contuvo y, tranquilizándose, comprendió que era mejor no ser descubierto y mirar con la mayor indiferencia, e incluso desdén, las habladurías de su mujer y el mal humor de su cuñado. Estaba bien persuadido de que le sería difícil, si no imposible, ocultar su torcido comportamiento a los ojos de su esposa; pero incapaz, sin embargo, de retractarse e implorar perdón, resolvió protegerse de la tormenta que estaba a punto de caer sobre su cabeza, con el escudo de la más cínica indiferencia.

Inspiravam-lhe este alvitre o orgulho, e o mau conceito em que tinha todas as mulheres, nas quais não reconhecia pundonor nem dignidade. Depois do almoço Leôncio montou a cavalo, percorreu as roças e cafezais, coisa que bem raras vezes fazia, e ao descambar do Sol voltou para casa, jantou com o maior sossego e apetite, e depois foi para o salão, onde, repoltreando-se em macio e fresco sofá, pôs-se a fumar tranqüilamente o seu havana. ton_25
Le inspiraba orgullo y el mal concepto que tenía de todas las mujeres, en las que no reconocía honor ni dignidad. Después de almorzar, Leôncio montó a caballo, recorrió los campos y cafetales, cosa que rara vez hacía, y al atardecer regresó a su casa, cenó con la mayor calma y apetito, y luego se dirigió al salón, donde, relajándose en un mullido y fresco sofá, fumó tranquilamente su habano.

Nesse comenos chega Henrique de suas excursões venatórias, e depois de procurar em vão a irmã por todos os cantos da casa, vai enfim encontrá-la encerrada em seu quarto de dormir desfigurada, pálida, e com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. ton_26
En ese momento llegó Enrique de sus excursiones venatorias, y tras buscar en vano a su hermana por todos los rincones de la casa, la encontró por fin encerrada en su dormitorio, desfigurada, pálida y con los ojos enrojecidos e hinchados de tanto llorar.

— Por onde andaste, Henrique?... estava aflita por te ver, — exclamou a moça ao avistar o irmão. — Que má moda é essa de deixar a gente assim sozinha!... — Sozinha?!... pois até aqui não vivias sem mim na companhia de teu belo marido?... — Não me fales nesse homem... eu andava iludida; agora vejo que andava pior do que sozinha, na companhia de um perverso. — Ainda bem que presenciaste com teus próprios olhos o que eu não tinha ânimo de dizer-te. Mas, vamos! que pretendes fazer?... ton_27
- ¿Dónde has estado, Henrique?... Estaba ansiosa por verte, - exclamó la muchacha al ver a su hermano. - ¿Qué es esta mala moda, de dejarnos así solos? - ¡¿Solos?! ... ya que no has vivido sin mí en compañía de tu apuesto marido? - No me hables de ese hombre... Estaba engañada; ahora veo que estaba peor que sola, en compañía de un hombre perverso. - Me alegro de que hayas visto con tus propios ojos lo que no he querido contarte. Pero, ¡vamos! ¿Qué pretendes hacer?

— O que pretendo?... vais ver neste mesmo instante... Onde está ele?... viste-o por ai?... — Se me não engano, vi-o no salão; havia lá um vulto sobre um sofá. — Pois bem, Henrique, acompanha-me até lá. — Por que razão não vais só? poupa-me o desgosto de encarar aquele homem... — Não, não; é preciso que vás comigo; estava à tua espera mesmo para esse fim. Preciso de uma pessoa que me ampare e me alente. Agora até tenho medo dele. — ton_28
- ¿Qué quiero? Lo verás en este mismo instante. ¿Dónde está? ¿Le has visto por ahí? - Si no me equivoco, lo vi en el salón; había una figura en un sofá. - Bien, Henrique, acompáñame. - ¿Por qué no vas solo? Me ahorrarás la pena de enfrentarme a ese hombre... - No, no; debes venir conmigo; te esperaba para eso mismo. Necesito a alguien que me apoye y me anime. Ahora hasta le tengo miedo.

Ah! compreendo; queres que eu seja teu guarda-costas, para poderes descompor a teu jeito aquele birbante. Pois bem; presto-me de boa vontade, e veremos se o patife tem o atrevimento de te desrespeitar. — Vamos! ton_29
¡Ah! Ya veo; quieres que sea tu guardaespaldas, para que puedas desmontar a ese birrioso a tu manera. Pues yo me presto gustoso, y ya veremos si ese bribón tiene la osadía de faltarte al respeto. - ¡Vamos!



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